revista fevereiro - "política, teoria, cultura"

   POLÍTICATEORIACULTURA                                                                                                     ISSN 2236-2037



 

Marcela VIEIRA

apresentação

 

 

Com a fevereiro já em seu sexto número, parece-nos importante um breve comentário sobre o que, em termos de edição, vem se delineando nesta seção dedicada à literatura.

De cunho essencialmente político e filosófico, a revista inaugurou a seção literária em seu segundo número, com publicações envolvendo conto, tradução e poesia. Desde então foi trazida à pauta, ainda que de modo implícito, a relação provocadora entre texto e imagem artístico-visual.

Ao compartilhar ambas as linguagens em uma mesma página, muito além de dar-lhes um equivalente ilustrativo, a intenção é tratá-las a partir de uma coexistência inquietante e fecunda, baseada em uma relação de tensão e autonomia.

Tendo em vista o caráter furtivo das reações interpretativas referentes à imagem (a palavra poética pede a imagem visual, e no instante seguinte perde esta imagem, assim como a imagem pede a palavra, e no instante seguinte também perde a palavra), pretende-se evocar fenômenos e construções mentais em que as imagens sugeridas não se determinem ou se expliquem mutuamente, mas se relacionem, ampliando seus sentidos possíveis e criando ainda outros, numa rede em que a representação seja, também ela, questionada.

Marcela Vieira

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Neste número, temos “Ernest Hyde”, do poeta americano Edgar Lee Masters (1868-1950), poema que foi publicado em sua antologia Spoon River (tradução de Alexandre Barbosa de Souza e Bruno Costa). A escolha veio a partir do vídeo do artista plástico Daniel Nasser que acompanha o poema.

Por ocasião das manifestações acerca do aumento da tarifa do transporte público (um dos temas abordados nesta edição de fevereiro), convidamos o escritor e artista plástico Nuno Ramos para participar com um texto de sua autoria. Tal contexto poderia ser omitido (ou não), uma vez que Nuno Ramos nos enviou “Um coelho chora”, conto que já estava finalizado e que portanto prescinde dessa contextualização, mesmo que com ela possa estabelecer interessante diálogo. Os desenhos que acompanham o texto é da também artista plástica Christiana Moraes.

 

Chris MORAES

 

 

   

 









fevereiro #

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