revista fevereiro - "política, teoria, cultura"

   POLÍTICATEORIACULTURA                                                                                                     ISSN 2236-2037

apresentação

 

Em seu quarto número, Fevereiro retoma um debate que, mal ocorrida a (nova) catástrofe que o trouxe à tona, já parece cair estrategicamente no esquecimento. Por que voltar ao tema da energia nuclear, quase dez meses depois de Fukushima-Daiichi? O fato é que, lembrado ou não, o nuclear continua aí, suscitando projetos de substituição ou encorajamento, de civis ou de militares, de esquerda ou de direita, no Brasil e no mundo. Não vale a pena analisar o que está em jogo (e o que se esconde) nessas políticas nucleares? Como o leitor verá no pequeno dossiê montado pela Fevereiro, a opção nuclear não envolve aspectos apenas técnicos (embora também os tenha), mas guarda em si um alcance eminentemente político, nem sempre posto a nu pelos interessados na pauta. Que decisões políticas se armam por detrás do nuclear? Que formações ideológicas produzem sua justificativa? Neste número, com a contribuição dos especialistas Sidney Rebello e Luís Carlos de Menezes – além de Ruy Fausto, editor de Fevereiro –, procuramos distender o fio do problema, expondo seu lado técnico assim como seu nó político.

Fevereiro ainda se debruça sobre política nacional. O livro recentemente lançado de Lincoln Secco, A história do PT, dá ensejo a uma entrevista com o historiador e, neste mesmo número, a uma resenha por Alexandre Carrasco. E o debate – ao qual infelizmente não se costuma dar muita relevância – sobre políticas inclusivas vem à pauta num artigo de Fábio Adiron, sobre a situação das pessoas com deficiência.

Mas para além de política nacional e análises de conjuntura, Fevereiro abre espaço em seguida para textos mais reflexivos e de viés, por assim dizer, mais universalizantes. É o caso do artigo de Ruy Fausto sobre direita e esquerda, cuja publicação iniciamos no terceiro número de Fevereiro e esperamos concluir no próximo número da revista. Ainda sobre história e política, Fevereiro traz uma resenha crítica de Cícero Araújo sobre o livro de Domenico Losurdo, Stálin, história e crítica de uma lenda negra. E, para finalizar, filosofia política e estética se cruzam num artigo de Ana Portich sobre Grotius e o teatro na virada de séculos XVI/XVII.

A seção literária deste número 4 traz um conto de Alexandre Carrasco, e um poema de Louis Aragon, Les lilas et les roses, traduzido e apresentado por Marcela Vieira.

A seção em língua estrangeira publica um artigo de Daniel Golovaty sobre o conflito Israel-Palestina, já publicado em português no primeiro número de Fevereiro, traduzido para o inglês por Ana Elisa Assumpção de Pinho, Renata Massami Hirota e Tiago Aguiar Franco de Oliveira. Com a seção em língua estrangeira, esperamos ampliar nosso espectro de leitores e interlocutores no campo da esquerda democrática.

Fevereiro tem o prazer de anunciar aos leitores que está finalizando a montagem de um blog da revista, com a intenção de disponibilizar mais ágeis intervenções. De fato, com o blog, será possível participar diretamente nos debates sobre os acontecimentos em processo, sem prejuízo, é claro, dos textos mais reflexivos que se encontrarão em cada novo número.































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